domingo, 18 de dezembro de 2011

Projeto Leitura, Pesquisa e Ação

Esse projeto foi executado pelos alunos do 3°M01, no ano de 2011, para atendimento da organização curricular, substituindo a disciplina Língua Espanhola. Confira o vídeo do projeto:

Eventos

Durante o Ano Escolar a escola promoveu vários eventos entre os alunos e comunidade. Veja algumas fotos:

PASSEIO ECOLÓGICO

PASSEIOS DE LEITURA

SEMANA CULTURAL/FESTA JUNINA

Projetos Especiais

“Na Real” Gravidez na Adolescência não é legal

O Projeto apresentou três oficinas, onde a primeira foi a melhor, pois fez a gente pensar sobre o nosso futuro e de como nós viveríamos se tivesse alguma coisa que “atrapalhasse” nossos planos, como um filho.
Na segunda oficina nós conseguimos aprender sobre os órgãos genitais masculino e feminino. Mas para dizer a verdade nós não gostamos muito, porque não superou nossas expectativas, pois de grande parte das coisas faladas nós já sabíamos. Como por exemplo, as situações em que há perigo ou não de gravidez.
A terceira oficina foi boa, pois nos apresentou muitos métodos contraceptivos e o quanto eles são seguros.
  
Depoimento dos Alunos: Débora e Alipi
“1º ano A  Ens. Médio do Turno Matutino”

Família Presente na Escola

Para o adolescente conseguir desenhar com mais clareza seu projeto de vida, irá precisar do suporte da família, da sociedade e da escola. A Família pode fazer sua parte abrindo espaços para o diálogo, mostrando interesse sobre seus questionamentos, suas dúvidas e principalmente apoiando suas escolhas. Os pais que não transferem seus sonhos de realização pessoal para os filhos podem desenvolver uma comunicação eficaz no acolhimento e na autonomia deles. É em momentos como esse, no diálogo em família, que o jovem pode explicitar os sonhos, e os pais, ajudá-lo a perceber as oportunidades para sua realização.
O papel da sociedade é oferecer aos jovens espaços onde eles possam entrar em contato com as diversidades profissionais além de oferecer capacitação profissional, a exemplo do que ocorre em algumas comunidades com o Projeto Aprendiz. Essa capacitação de profissionais qualificados possibilita ao jovem preparar-se para exercer uma atividade profissional e vislumbrar o futuro.
Para reforçar essas duas bases, a sociedade  junta -se à escola. É nesse espaço que o adolescente passa boa parte de sua vida, onde convive com seus amigos e tem no professor um modelo, com o qual aprende ou reforça valores além, é claro, de toda a bagagem curricular e do conhecimento cientifico que lhe dará estruturas  para a escolha profissional.
A união desses três pilares – família, sociedade e escola – forma um eixo de motivação e aprendizado para o planejamento do projeto de vida e uma maior confiança em relação ao futuro do jovem.
Palestra com os Pais
Apresentação Teatral
Noite Gospel
Intercâmbio - Pais e Filhos

Projeto Político Pedagógico

                                        APRESENTAÇÃO                                        

A EEEFM “Januário Ribeiro” foi criada no ano de 1960, porém antes disso, os filhos dos fazendeiros eram atendidos em casa por professores itinerantes que as próprias famílias traziam de Aimorés. A seguir, pessoas de boa vontade da própria comunidade, reuniam as crianças em casa e ali ensinavam as primeiras letras. O primeiro prédio escolar tinha duas salas e dois banheiros. Uma das salas era a residência da professora. Com o crescimento da “clientela” mais duas salas foram construídas, bem como mais dois banheiros, cozinha e secretaria. A demanda cresceu rapidamente e algumas turmas passaram a funcionar no turno vespertino e até em salas cedidas pelas Igrejas. Em 1970 a CENEC abre turmas de 5ª a 8ª séries funcionando à noite no pequeno prédio da Escola. Por volta de 1980, foram construídas mais 04 salas, 10 banheiros, cozinha e secretaria. A Escola continuou a crescer adotando como modalidade o EJA, antigo supletivo. Em 1984 foi criado o 2º Grau não profissionalizante em 1992 a Escola passa a funcionar em novo prédio com 08 salas de aula, secretaria, sala de direção/supervisão, biblioteca, sala de vídeo, sala de planejamento, almoxarifado, cantina, cozinha, 12 banheiros, 06 chuveiros, sala de merenda e dispensa, pátio fechado e aberto, sendo as dependências distribuídas em dois pavimentos. A Escola fica localizada num bairro de apenas 13 anos, ao lado da quadra de esportes.

                                    MARCO REFERENCIAL GERAL                         

A Escola defende uma proposta de ensino centrado no aluno. Verificando-se a existência de mais de uma linha pedagógica, porém convergindo para uma só direção: o aluno. Pratica-se uma metodologia voltada para a realidade do educando e que vá de encontro às suas necessidades presentes e principalmente futuras. Predomina a visão de homem como cidadão crítico, consciente e atuante, mais voltado para o coletivo, portanto, mais politizado. Para tanto, há grande empenho de maior parte  dos envolvidos no processo em fazer na Escola uma educação menos impositora e que, sobretudo, respeite a cultura do aluno, que prepare-o para enfrentar com serenidade e ação as relações que fazem parte do seu cotidiano. O trabalho pedagógico é embasado na filosofia adotada pelo corpo técnico, docente e administrativo: “Aprovar com qualidade”, direcionados pelo lema “Fazemos o futuro”. A metodologia usada não é imposta pela escola, porém o professor é incentivado a buscar sempre o “novo”. Utiliza-se recursos didáticos como vídeo, jogos, sucata, parelho de som, mapas, livros didáticos, copiadora, retro-projetor, episcópio, projetor de multimídia e outros ao alcance na comunidade. A Escola trabalha os conteúdos básicos partindo do nível de aprendizagem que cada turma traz da série anterior, não sendo portanto o conteúdo, uma questão fechada. São continuamente avaliados e replanejados em função da aprendizagem. O planejamento de ensino é feito de acordo com as determinações legais sob orientação do diretor e pedagogo. O processo de avaliação visa a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, utilizando-se como medida provas cumulativas, atividade diversidade e extra-classe, atividades diárias, trabalhos, pesquisas. A avaliação é um tema em constante debate na Escola. Os resultados de desempenho são apresentados aos pais, alunos e professores em números e gráficos.  O Ensino Fundamental é atendido nos turnos matutino e vespertino, e o ensino médio nos turnos matutino e noturno. Todos os turnos, especificamente o  noturno, visam assistir aos alunos da comunidade e das localidades vizinhas que durante o dia trabalham no comércio ou em outras atividades. Desenvolve-se projetos relacionados à realidade local : Meio ambiente, Resgate da cultura local, Educação para a cidadania, Leitura, Projetos e programas implementados pelo Estado tais como o Mais tempo na Escola, Ciência na Escola, Esporte na Escola, Ler, escrever e contar, Leia ES, Educação étnico-racial. O maior desejo desta comunidade é poder oferecer aos filhos o mínimo necessário e possível sem a necessidade de afastá-los de suas origens - e mantê-los distantes enquanto possível, do mundo das drogas e da violência vivenciadas pelos jovens das grandes cidades - despertando neles sentimentos enaltecedores como o amor à terra e a valorização da cultura local. A Escola acredita que assumindo como valores a serem desenvolvidos junto a seus alunos a autonomia, o cooperativismo, a autenticidade e a ética, estará colaborando para a formação de cidadãos que venham atuar na sociedade com atos de fato, capazes não só de construir como também de reconstruir sua história abrindo caminhos para si e para seus semelhantes. Olhando para o futuro, acreditamos ser o cooperativismo, a atitude mais necessária ao indivíduo para enfrentar os desafios de toda natureza, sobretudo os de ordem econômica e social. A responsabilidade no trato com os problemas coletivos e a solidariedade serão armas inteligentes a serem usadas somando esforços em favor do bem comum.
 “A construção de uma visão solidária de relações humanas nas aulas contribuirá para que os alunos superem o individualismo por meio do diálogo e da valorização da interação e da troca, percebendo que as pessoas se complementam e dependem umas das outras.” (MEC, 1998)
 A fraternidade fará a diferença entre a máquina e o homem. Máquina necessária em função de progresso tecnológico que ganha espaços numa velocidade galopante, deixando para trás muitos educadores que precisam dela apropriar-se com urgência, o que pressupõe uma mudança de paradigmas: “Aprender a conhecer”. Porém, não se pode atropelar o lado humano das relações, sendo portanto, necessário assumir outro paradigma: “Aprender a conviver”. Diante da complexidade da organização social, a falta de recursos para obter e interpretar informações, impede a participação efetiva e a tomada de decisões em relação aos problemas assim como o acesso ao conhecimento mais elaborado e ao mercado de trabalho. Entendemos que a Escola deve estar atenta aos fatos não dissociando Escola x Comunidade x Realidade sem no entanto esquecer que:
 “...para a inserção de cada indivíduo no mundo das relações sociais, a Escola deve estimular o crescimento coletivo e individual, o respeito mútuo e as formas diferenciadas de abordar os problemas que se apresentam”. (MEC, 1998)
A esta prática podemos chamar de: “Aprender a Fazer e Ser”. Entendemos que a tecnologia não conseguirá substituir o homem. Faz-se necessário a aquisição dos conhecimentos básicos para conviver com muitas informações, sendo capaz de processá-las, selecionar o que é relevante e continuar aprendendo, pois o momento exige seres humanos mais criativos e versáteis, dotados de autonomia e iniciativa, para resolver problemas em equipe utilizando diferentes tecnologias e linguagens. Constitui também preocupação, a questão da autenticidade, uma vez que nem mesmo o tempo muda esta verdade: o homem é produto do meio, recebendo informações de todos os canais, apesar de capacitar-se para selecioná-las e usá-las, o indivíduo estará constantemente exposto. Há que se trabalhar incessantemente  marca individual que valoriza cada um e que o projeta como único tornando sua existência imprescindível ao grupo. Deve-se estar atento a atitude própria dos adolescentes que imitam, copiam posturas e encarar como passageiras, e até certo ponto necessárias para a definição daquelas  atitudes que comporão sua personalidade definitiva. A família há de ser importante aliado para trabalhar-se  a autonomia, considerando junto com os educadores, a questão da busca do equilíbrio entre as leis próprias da instituição educacional e as provenientes do contexto familiar e social. No momento em que o indivíduo toma consciência e dá significado aos dois aspectos, acontecerá o equilíbrio, isto é, a autonomia. Diz PIAGET:
 “Entre a autonomia própria ao egocentrismo e a heteronomia própria à coação está a autonomia, atividade disciplinada ou autodisciplina,igualmente distante da inércia ou da atividade forçada.“ (1951, p. 269). Os jogos constituem instrumentos facilitadores da autonomia e de outras aprendizagens significativas. O aspecto emocional também faz parte da autonomia. Não se pode esquecer que o indivíduo que equilibra suas emoções, adquire segurança para agir e decidir. O que o adolescente precisa aprender é conhecer-se para equilibrar suas emoções. Não há nada mais deprimente do que conviver com indivíduos que só agem através de outros. Tal atitude coloca-nos de frente com a manipulação dos mais espertos sobre os covardes que se escondem até das próprias capacidades. Tanto um quanto o outro são nocivos à sociedade. A Escola precisa portanto, repensar a prática de seus educadores, sem esquecer-se que autonomia caminha ao lado de competência e responsabilidade. Somente educadores autônomos poderão desenvolver no aluno a autonomia necessária às exigências de um novo tempo. Compreendemos  que, para de fato exercer a cidadania, o indivíduo precisa refletir sobre as condições humanas de sobrevivência, sobre as relações sócio-culturais, o respeito mútuo e as formas diferenciadas de abordar problemas. A ética é este eterno pensar, refletir e construir. A Escola deve permitir ao aluno participar desta construção, ser livre para pensar, refletir e construir. O princípio da democracia deve nortear esta prática de maneira real e não mascarada. Ou se tem democracia ou se tem autoritarismo. A realidade da sociedade brasileira é frustrante, pois tem mostrado breves momentos de democracia ofuscados pela corrupção, má distribuição de renda, relações autoritárias e violentas, discriminação e preconceito.
“Percebe-se o velho jeito de “DAR JEITINHOS”, “SALVE-SE QUEM PUDER” e “LEVAR VANTAGEM EM TUDO”. Tais filosofias escondem a atitude feia, pequena de passar sobre os outros. O cinismo e a indiferença diante dos valores leva cidadãos ditos importantes a zombar da lei ou usá-la para alcançar privilégios e justificar suas práticas corruptivas. Como conseqüência dissemina-se a doutrina de que cada um é livre para eleger os valores que quer. Esquece-se que a democracia é construção coletiva e em nome da Liberdade de escolha escolhe-se o individualismo contrariando o sonho de uma sociedade solidária e fraterna. É preciso que a Escola desenvolva a capacidade de julgamento e de escolha ampliando as possibilidades de formação da consciência reflexiva, autônoma e capaz de atuar em situações de conflito. “É este o desafio maior que se apresenta à sociedade, mais particularmente à Escola, espaço de socialização e criação de conhecimentos e valores. Trabalhar com crianças e adolescentes de maneira responsável e comprometida, do ponto de vista ético, significa proporcionar as aprendizagens de conteúdos e desenvolvimento de capacidades para que possam intervir e transformar a comunidade de que fazem parte, fazendo valer o princípio da dignidade e criando espaços de possibilidade para a construção de projetos de felicidade”. (MEC, 1998)

PRINCÍPIOS NORTEADORES DO TRABALHO DA EQUIPE ESCOLAR

  • PRINCÍPIOS SÓCIO-FILOSÓFICOS OU ÉTICOS:

- O cooperativismo é base par enfrentamento de problemas de toda ordem.
- A responsabilidade, respeito e solidariedade são valores necessários ao desenvolvimento do bem comum, beneficiado pela soma de esforços contrariando assim as forças individualistas.
- A máquina não é mais importante que o homem pois é por ele criada e processada.
- A formação do cidadão está associada à formação do homem que vale pelo que é e não pelo que tem.
- Ser cidadão é pensar eticamente sobre a dignidade do ser  humano, suas condições de sobrevivência, relações sociais, posicionamentos assumidos frente a justiça, liberdade e demais valores éticos e morais.
- A democracia é construção coletiva e embasa a convivência nas sociedades solidárias.
- A solidariedade é a forma mais adequada de construir sociedades mais igualitárias e justas.

  • PRINCÍPIOS PSICOLÓGICOS OU EPISTEMOLÓGICOS:

- O meio exerce influência sobre a formação da personalidade, constituindo-se ameaça constante à autenticidade de cada indivíduo.
- A família é aliada imprescindível nas atividades do desenvolvimento da autonomia.
- A autonomia é fruto da equilibração entre as próprias Leis e as advindas do contexto externo, estando associada à fatores emocionais e caminhando aliada à competência e a responsabilidade.
- O desenvolvimento da capacidade de julgamento e escolha, amplia a possibilidade de formação da consciência reflexiva e autônoma.

  • PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS OU DIDÁTICOS:

- Ciência x Cultura x Trabalho são eixo que norteiam a determinação dos conteúdos, orientados pela Trilogia Escola x Sociedade x Realidade.
- “Aprender a Conhecer, Aprender a Conviver, Aprender a fazer e ser”, constituem o fio condutor do processo ensino-aprendizagem.
- A criatividade, a versatilidade, autonomia e a utilização de diferentes tecnologias e linguagens são elementos indispensáveis para quem ensina e para quem aprende.
- A aprendizagem deve visar a competência para selecionar informações sendo relevante a aquisição de conteúdos básicos.
- A aprendizagem tem como base o domínio de competências e o desenvolvimento de habilidades.
- Só educa para a autonomia quem age com autonomia. 

DISCIPLINA

A disciplina dentro da escola é um dos problemas que mais preocupam uma vez que tumultua o trabalho pedagógico e interfere negativamente no rendimento escolar. Estremece as relações professor x aluno e escola x família. Deve ser encarada, segundo alguns autores, como conseqüência de fatores internos e externos aos quais a escola deverá estar atenta para intervir imediatamente e de forma eficaz. Tais fatores podem estar associados à família, no que diz respeito à cultura da qual é portadora e transmissora aos filhos que por sua vez, exercitam-na nas relações que travam no interior da Escola. Um aluno que em seu vocabulário diário utiliza-se de palavrões para manifestar suas insatisfações, pode estar na verdade utilizando-se de um código natural nas suas relações em família. Há também aqueles que seguindo orientações errôneas passadas pela família são defensores da idéia de que “não se deve apanhar de colegas” nem “levar desaforos para casa”. Como pode-se observar, o problema aqui é que as relações familiares se estendem até a Escola, que nestes casos sente-se impotente, uma vez que sua ação depende no mínimo da credibilidade da família. Faz-se necessário então, um trabalho de conscientização e aproximação da família que precisa ajudar o filho a compreender que a escola é um espaço amplo e coletivo, palco de muitas culturas, e que por isso mesmo deve primar pela ordem e pelo respeito, visando um único objetivo: facilitar o crescimento individual e coletivo de cada um. É preciso também que o aluno entenda que a sua casa é p primeiro espaço de convivência, porém não é o único. E mais ainda: ele precisará desenvolver atitudes de respeito ao espaço dos outros.
Quando o aluno traz de casa estas noções, muitos problemas disciplinares são evitados. No entanto, é cada vez menor o número de famílias que conseguem passar aos filhos ensinamentos que como estes, são básicos para as boas relações. Tal fato, além de dificultar enfraquece o trabalho da Escola, uma vez que uma Instituição descredibiliza o que a outra ensina. Muitas vezes, o discurso dos pais na escola é de apoio ao professor e em casa de apoio ao filho. Tal postura confunde o aluno, que tende sempre a acreditar na palavra dos pais e agir confiando na sua proteção. Alguns justificam as atitudes dos filhos assumindo posições de intolerância com a Escola, sob a ingênua desculpa de que os filhos são “pobres”, “negros” ou “feios”. Problema que merece igual reflexão, é a confusão que fazem em torno da lei que protege o menor, fazendo-lhe referência a fim de beneficiarem-se, resolvendo questões particulares com o professor. Usam-na também  para tentar evitar a todo custo uma reprovação descoberta só no fim do ano. Muitas vezes essas ações são orientadas por terceiros que não tem conhecimento da situação real do aluno, apenas de parte dela. Pode-se concluir então, que nestes casos, o maior problema não é o aluno e sim sua família. Outra questão a se considerar é o conhecimento que os pais tem do comportamento do filho longe de si. Como sabemos, a criança e principalmente o adolescente, costuma adotar comportamento que agrade aos pais em sua presença, como prêmio pelo amor e proteção recebidos ou simplesmente por temerem punições e sanções. Por outro lado, é difícil para os pais crerem que aquele “filho tão bom” possa ser “tão mau aluno”. Esquece-se que a criança apresenta dois comportamentos: individual e grupal. Se no comportamento individual a tendência é acatar normas, no comportamento grupal a tendência é rebelar-se contra elas, pois se sentem fortalecidos pela atitude dos demais. Além disso é preciso que tenhamos consciência sempre e cada vez mais de que segundo estudiosos “o homem é produto do meio”. Desta forma, o “santo” que temos em casa é o mesmo capaz de incendiar a escola, matar aulas, jogar bombinhas, pular janelas, dizer palavrões, agredir verbal e fisicamente colegas e professores, somente para se fazerem notar e serem aceitos pelo grupo, muitas vezes sob influência do próprio grupo. Pais protetores terão grande dificuldade para admitir verdades como estas e mais, constituirão empecilho para a ação da escola. A esse respeito Cláudio J. P. Saltine escreveu: 
“Sempre me pareceu que a educação se faz com duas mãos: a mão que dá aconchego, o prazer, o amor, e a outra, que frustra, desafia, impõe e limita. Se por ventura exagero qualquer uma das mãos, estou errando  na educação que me proponho fazer”.
(Cláudio J. P. Saltine – 1998)
Ainda neste enfoque, é necessário lembra-nos dos tantos alunos agressivos que adentram nossas escolas pelas causas mais diversas, além das anteriormente citadas. Como se sabe,  a agressão existe em maior ou menor grau em todos os indivíduos como condição inicial de sobrevivência e reação ao que acontece em torno da pessoa. É instinto de autopreservação. Alguns behavioristas encaram a agressividade como resultado de frustrações. Outras correntes apontam-na como mecanismo de defesa. Algumas pesquisas têm apontado os meninos como os mais agressivos e combativos. Este fato explica-se pela estimulação cultural.
Mas a pergunta é: o que fazer? Como agir diante de situações de agressão? Parece-nos que a primeira coisa a ser feita é traçar regras firmes e claras em conjunto, que sejam assumidas pelos grupos, uma vez que foram traçadas cm a sua participação, estimulando assim o senso de responsabilidade. A ausência de regras é interpretada como falta de autoridade e o que espera é que o adulto assuma o controle e a responsabilidade por aqueles que estão sob sua orientação. Assim escreve Alan Train:
“Os profissionais às vezes acreditam que a criança agressiva tem necessidade de um amigo, que se sente indesejada, mal amada. Eles começam tentando oferecer amor e amizade, e por alguma razão, isso não envolve tomar decisões por ela. Estão cometendo um grave engano. A criança percebe esses profissionais como adultos impotentes e que não pode contar com eles. Ela então os manipula para obter a gratificação imediata de suas necessidades. Sorri e se comporta bem quando tudo vai do jeito que ela quer, mas quando algo lhe é recusado, o profissional ou professor logo perceberá que sua amizade tem limites. Os relacionamentos significativos só podem se desenvolver com crianças agressivas quando o adulto tiver assumido o papel esperado”.
(Alan Train – 1998)
Desta forma há que se agir com coerência, o que para a criança e o adolescente equivale à justiça. Nunca virar as costas às infrações, sejam elas pequenas ou grandes. Os castigos físicos devem serevitados, deverão estar relacionados com o comportamento que suscitou a correção. Prêmios e castigos não deverão ser utilizados como ameaça ou recompensa, mas como conseqüência natural dos atos de cada um e reforço ao bom comportamento. A palavra deverá garantir a compreensão dos atos e fatos e os limites deverão estar claramente estabelecidos.
 “O desafio na educação é encontrar formas de substituir a desaprovação, o castigo, as surras, a falta de limite por uma atitude orientadora”
(Edna de Paula Bom Sucesso – 1999)
Assim sendo, nossa escola adota como normas, as contidas no Regimento Comum das Escolas Estaduais, o Código de Ética Profissional do Servidores Civis do Estado do Espírito Santo e recomenda ao corpo docente e discente deste estabelecimento:

                                                CURRÍCULO                                       

O currículo de nossa Escola pode ser comparado à consciência dos alimentos, que enquanto não consumidos são apenas alimentos, mas uma vez ingeridos tomarão conta do organismo, nele se disseminando de tal forma que já não se consegue separar substância e organismo. Da mesma forma das ações, práticas, projetos, conteúdos, conhecimento trocados no âmbito escolar passam a fazer parte da vida pessoal de cada aluno, cada professor, cada funcionário que vivenciam as mesmas experiências no decorrer dos anos escolares. Cada qual a medida que deixa registrado na escola sua experiência pessoal, dela leva para sua vivência particular as experiências coletivas. Assim sendo, impossível falar do currículo sem antes considerar o objeto de sua existência: o saber. Sabemos que o conhecimento não pode ser visto como algo estático negando seu caráter dialético. Também não é possível considerar a possibilidade de se criar do nada, ou seja, o espontaneísmo. O palco dessas vivências é a escola onde os saberes se confrontam, o escolar e o popular, sendo que o primeiro “representa o patrimônio cultural da humanidade” e o segundo é “o resultado das formas de enfrentamento da realidade que as classes populares criam.” Se a escola adota uma postura de comprometimentos com a transformação social, assumir-se-á como “espaço específico da luta” objetivando socializar o saber elaborado. É preciso ter clareza no desempenho deste papel pois cada grupo defende idéias coerentes com seus objetivos e utilizarão o conhecimento de diferentes formas. A burguesia o utilizará para lutar pela manutenção da sociedade tal como está, ao passo que as classes trabalhadoras dele farão uso para lutar pela transformação da sociedade que a explora. A Escola jamais poderá assumir um posição de neutralidade. Definida a sua visão de homem, mundo, sociedade, chegamos à hora de estabelecer o que deverá ser partilhado e vivenciado enquanto conteúdo. E mais: quem fará esta seleção? De acordo com a LDB, o sistema determina o que é base nacional comum e a comunidade  escolar, representada por cada segmento deverá definir a parte diversificada. As determinações e escolhas constituirão as disciplinas, atividades e áreas de estudo que se esvaziam se desvinculadas do conteúdo aqui entendido como organização do conhecimento. Pelo grau de importância que se reveste, esta tarefa jamais poderia ficar somente com o professor, mesmo porque sua pessoa não ocupa mais o centro deste processo como na escola tradicional. É necessário que se faça o diagnóstico da realidade que apontará as necessidades e interesses de pais, alunos e comunidade. Como o conhecimento é amplo, é preciso que se considere apenas os mais significativos, os que mais despertam interesse, os mais adequados ao nível de maturidade dos alunos, os mais úteis, os que podem ser aprendidos, considerando tempo e recursos disponíveis.  Outro critério a se considerar é a flexibilidade que permitirá que se faça modificações, adaptações, renovações, enriquecimentos de acordo com a realidade que muda sempre e com a necessidade dos alunos. Há que se considerar ainda a significação que o conteúdo tem para o aluno e sua utilização em situações novas. Em contrapartida, não se deve planejar apenas em função de uma realidade atual, de necessidades e interesses imediatos. Assim afirma Susana Albornoz Stein: “Planejemos em função do futuro! Em função de um futuro que dê sentido ao esforço educativo em processo, porque representa uma construção humana superadora das dificuldades do presente. Um futuro que é obra nossa, de nossa razão e de nossa fantasia... Um futuro onde tudo é possível e nada é necessário...” (Stein – 1995) 
Importante considerar aqui as disciplinas da base nacional comum sejam ferramentas que possibilitarão o desenvolvimento integral do aluno. Que através delas ele possa conhecer a cultura construída pelos seus antepassados a partir dela construir o futuro. Que o estudo da linguagem venha a favorecer o intercâmbio de idéias e propagar o respeito pelas diversas manifestações culturais. Que as ciências físicas e biológicas possam ressaltar o valor e o respeito à todas as formas de vida apontando para a utilização da tecnologia em função do bem estar de todas as espécies. Que a matemática como ciência, também possa favorecer as relações econômicas e sociais formando cidadãos conscientes que utilizam seu potencial intelectual em favor das relações sempre mais humanas. Que a Geografia venha valorizar o trabalho, pois através dele o homem humaniza a natureza, transformando-a em cultura, em produção. Que o ensino de História permita ao educando compreender que a realidade social resulta da ação de homens concretos, imbuídos de vontade, coragem, interesses, compromissos, guiados pela ação organizada. Enfim, que a Escola possa, na parte diversificada, lançar mão de projetos e/ou disciplinas que venham subsidiar de alguma forma os anseios e necessidades de toda a comunidade escolar. Assim sendo, que todas as experiências do que chamam currículo informal, currículo formal, oficial e real venham enriquecer as relações travadas no interior da escola, somar à cultura local e, porque não dizer, universal, bem como colaborar para a diminuição das distâncias entre as classes sociais melhorando as condições gerais de sua clientela.
“... a escola é um meio insubstituível de contribuição para as lutas democráticas, na medida em que possibilita às classes populares, ao terem o acesso ao saber sistematizado e às condições de aperfeiçoamento das potencialidades intelectuais, participarem ativamente do processo político, cultural e sindical. Uma pedagogia voltada para os interesses populares e transformação da sociedade compreende o trabalho pedagógico e docente como o processo de transmissão / assimilação ativa dos conteúdos escolares, inserido na totalidade mais ampla do processo social. É um pedagogia que articula os conhecimentos sistematizados com as condições concretas de vida e de trabalho dos alunos, suas necessidades, interesses e lutas.”
(Libâneo – 1993)
  
AVALIAÇÃO:

  • Diretrizes gerais
  • Concepções
  • Práticas
Todo e qualquer processo deve ser acompanhado por mecanismos específicos de avaliação tendo nos mesmos a oportunidade de verificação bem como a via de ação para correção das falhas verificadas. O processo de ensino e aprendizagem não poderia fugir a regra, principalmente pelo fato de envolver não apenas o cognitivo, mas o psicológico, o emocional e o afetivo. Assim sendo, a avaliação deverá fazer parte do processo educativo como meio e não como fim. Será objetivo de aprimoramento do ser humano funcionando como indicador dos aspectos a serem melhorados através do trabalho diário, contínuo, individual e/ou coletivo na escola. Dentro desta visão é preciso que se tenha claro nossos referenciais enquanto escola, ou seja, que homem gostaríamos de ver atuando na sociedade e como poderíamos colaborar. As práticas avaliativas disseminadas nas escolas hoje, tem apontado para referenciais um tanto quanto falhos, onde se avalia o cognitivo e despreza-se o ético, o afetivo e o social. Desta forma, a avaliação dá lugar à verificação do conhecimento mensurável através da nota. Se trabalhamos para o desenvolvimento integral do ser humano, porque medir apenas seu potencial cognitivo? Avaliar  seu desenvolvimento integral seria apreciar também sua auto-confiança, o respeito ao modo de pensar do outro, seu esforço, a perseverança, a busca, o interesse, a curiosidade, a argumentação, a flexibilidade, a sensibilidade e outros. Por outro lado, deve-se estabelecer claramente o que, quem e para que avaliar cuidando para não transformar a avaliação em um ato de repressão e discriminação à cultura da qual o aluno é portador, como traço de tradição familiar.
“Quando avaliamos atitudes estamos avaliando o que o aluno é e não o que ele aprendeu. Estamos até mesmo avaliando a socialização que se desenvolveu fora da escola, especialmente no lar. Seria como se estivéssemos dando certo valor, ao fato de o aluno morar no morro ou pertencer a família de classe média, de ser negro ou branco, de ser sua família adepta de uma seita minoritária ou não. Enfim, a avaliação de atitudes passa a se transformar em um sistema de premiação aos valores da classe média como dote trazido para a aprendizagem.”
(Obed Gonçalves – Avaliação da Aprendizagem: repensar para mudar – pág. 24)
Portanto, parece-nos claro ser muito arriscado, aferir nota expressa em conceitos ou valores numéricos às atitudes comportamentais assumidas pelo aluno. Avaliar sim, para orientá-lo  até mesmo desafiá-lo à mudança. Medir não, pois todo comportamento é conseqüência de fatores internos e externos, conhecidos e desconhecidos, explicáveis e inexplicáveis. Entendemos assim que cabe à escola, provocar, orientar e mediar as mudanças, antes de preocupar-se em medi-las.
“É importante o desenvolvimento de aprendizagem de natureza afetiva ou atitudinal que envolva valores como o de responsabilidade, colaboração, ordem, pontualidade, interesse, etc. No entanto esses valores não são estanques nem excludentes. Eles fazem parte de um todo, são próprios de cada pessoa e são construídos a partir da interação do indivíduo com o meio. Estes valores deveriam ser trabalhados pelo Professor em sala, acompanhados através de fichas e gráficos. Estas observações seriam então trabalhadas, porém não computadas para efeito de nota. Neste trabalho deveriam estar envolvidos alunos, professores e famílias.”
(Obed Gonçalves – Avaliação da Aprendizagem: repensar para mudar – pág. 34)

O Regimento Escolar vigente nas escolas estaduais bem como a Lei 9394/96 são claras ao estabelecer que no processo avaliativo os aspectos qualitativos deverão preponderar-se sobre os quantitativos. Devido à ausência de orientação e clareza da lei, desde a implementação da 5.692/71, grande confusão tem-se feito em relação à qualidade, sendo que a maioria dos professores considerou até então como qualidade, valores como responsabilidade, pontualidade, interesse, disciplina e outros. Esta visão um tanto quanto confusa começa a ser compreendida como a qualidade do conteúdo ministrado demonstrando através da compreensão, análise, raciocínio lógico, raciocínio crítico, deduções e inferências que o aluno é capaz de fazer quando solicitado por pessoas ou situações.
Outro equívoco existente é de que a avaliação é para o aluno. Ora, o processo ensino-aprendizagem é claramente exercido por no mínimo, duas pessoas: o professor e o aluno. O sucesso de um é o sucesso do outro. O fracasso de um é o fracasso do outro. Da mesma forma, este processo não acontece de forma isolada, mas dentro de um sistema que igualmente ao professor e ao aluno, deverá assumir suas falhas. Torna-se também necessário pensar que só houve ensino, se houver aprendizagem. O grande problema é que conhecemos pouco ou nada a forma como se processa a aprendizagem, sendo ainda necessário ressaltar a questão das diferenças individuais onde cada um tem seu tempo e seu jeito de aprender. E esta é a missão do Professor ensinar de forma que o aluno aprenda. Sobre este assunto, afirma Enildo Marinho Guedes (2000:34)
“O grande desafio é afirmar-se que se ensinou, como fazem todos os que ministram aulas, quando os alunos não aprenderam. O verbo ensinar pressupõe o verbo aprender. Se não houver aprendizagem, será forçoso entender que não houve ensino.”
Outra reflexão importante, é a cerca dos instrumentos utilizados para avaliar. A Escola precisa moderniza-se para atender as necessidades atuais de um mercado de trabalho competitivo sem nunca perder de vista que antes de formar o “profissional”, é preciso formar “cidadão” – crítico, consciente, atuante, competente e, sobretudo, humano. Até onde nossas “mensões” tem de fato indicado aquele que está preparado para abraçar com a habilidade e destreza necessária a luta pela sobrevivência?
É preciso que se rompa os limites rígidos entre atividades para aprender e atividades para nota, transformando as atividades diárias em indicadores da aprendizagem e diversificar os instrumentos de forma que ela se processe de maneira mais prazerosa. Pode-se também pensar que, se as disciplinas caminham para um trabalho interdisciplinar, a avaliação deverá ter o mesmo destino.